Sede da COP30, Pará teve maior número de cidades castigadas por calor extremo em 2024

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Sede da COP30, Pará teve maior número de cidades castigadas por calor extremo em 2024

Das 111 cidades brasileiras que tiveram mais de 150 dias de temperaturas máximas acima da média histórica nos últimos anos, 46 estão localizadas no Pará.

A próxima Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP30) encontrará em Belém (PA) não apenas a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, mas também uma das regiões brasileiras que mais esquentaram nos últimos anos. Para muitas comunidades paraenses, a crise do clima já é uma dura realidade.

Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (CEMADEN) divulgado pelo g1 apontou que 111 municípios brasileiros, somando mais de 6 milhões de habitantes, experimentaram em 2024 mais de 150 dias de temperaturas máximas acima da média histórica (2000-2024). Desses, 46 estão localizados no Pará, destaca o g1, e incluem a própria sede da COP30, Belém, que figura entre as cidades brasileiras que mais sofreram estresse térmico no ano passado.

Os moradores de Belém enfrentaram temperaturas máximas acima da média histórica durante mais de metade do ano passado. De acordo com o levantamento, a capital paraense registrou 212 dias com extremos de calor, com a máxima registrada de 37oC. Entre os municípios brasileiros, Belém fica atrás apenas de Melgaço, também no Pará, que encarou 228 dias de extremos de calor e máxima de 39oC.

Em todo o estado, 46 cidades passaram mais de 150 dias sob extremos de calor. As temperaturas mais altas não se resumiram apenas ao calor: com a seca que atingiu a maior parte da Amazônia no ano passado, o clima quente e seco facilitou a ocorrência de queimadas e incêndios em várias partes do Pará. Além disso, muitas comunidades, especialmente ribeirinhas, ficaram isoladas por meses em virtude da queda no nível dos rios amazônicos.

As temperaturas mais altas estão relacionadas diretamente às mudanças climáticas globais causadas pela concentração crescente de gases de efeito estufa na atmosfera. Ao mesmo tempo, o calor extremo também é reflexo do avanço do desmatamento na Amazônia, que afeta os ciclos climáticos naturais do bioma, tornando-o mais seco.

“O desmatamento e as queimadas têm efeito de longo prazo. Por mais que estejamos vendo índices menores de desmatamento este ano, a consequência dessa perda de vegetação ainda se estende porque ela não é recuperada imediatamente. Isso somado às condições climáticas mais quentes leva a esse cenário no estado”, explicou o meteorologista Mauricio Moura.

Deutsche Welle e Pará Terra Boa também destacaram o impacto do calor extremo no estado do Pará.

 

 

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ClimaInfo, 06 de fevereiro de 2025.

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