Crise climática: Rio de Janeiro e Santos terão partes submersas pela elevação dos oceanos

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Crise climática: Rio de Janeiro e Santos terão partes submersas pela elevação dos oceanos

Impacto da mudança climática nas inundações costeiras aumentará 5 vezes neste século, colocando mais de 70 milhões de pessoas no caminho da expansão das planícies aluviais.

Em “Futuros Amantes”, composta em 1993, o célebre Chico Buarque narra a história de um amor desfeito cujas lembranças foram encontradas por escafandristas num Rio de Janeiro submerso pelas águas. Exatos 30 anos depois, a mudança climática provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis pode fazer a “previsão” da canção se tornar realidade.

É o que mostra novos dados divulgados na 3ª feira (28/11) pela Human Climate Horizons, colaboração entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Climate Impact Laboratory (CIL). Segundo a plataforma, 5% do Riode Janeiro e também de Santos, no litoral paulista, estarão imersos até 2050, tomados pela elevação do nível do mar, destaca Jamil Chade no UOL.

De acordo com o estudo, o impacto da elevação de temperaturas nas inundações costeiras aumentará cinco vezes ao longo deste século, colocando mais de 70 milhões de pessoas no caminho da expansão das planícies aluviais em todo o planeta. Mas são regiões da América Latina, Caribe, Pacífico e de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) as que estão sob maior ameaça.

No Rio, o pior dos cenários aponta para uma elevação do mar em 20 cm até 2050, e 48 cm até 2100. Em Belém, no Pará, serão 21,6 cm e 49 cm, respectivamente. No caso de São Luís, no Maranhão, e Fortaleza, no Ceará, a projeção aponta para uma elevação do nível do mar em 50 cm até o fim deste século.

Até 2100, espera-se que as alterações climáticas provoquem a submersão de uma parcela significativa de terra (maior que 5%) em estados insulares como Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Caiman, Maldivas, Ilhas Marshall, Turks e Caicos, Tuvalu e Seychelles, informa o ReliefWeb. Nos níveis extremos de aquecimento global, cerca de 160.000 km2  de terras costeiras – área maior que a Grécia ou Bangladesh – seriam inundadas, em comparação com um futuro sem alterações climáticas. Isto inclui vastas extensões de cidades costeiras no Equador, Índia, Arábia Saudita, Vietnã e Emirados Árabes Unidos – o anfitrião da COP28.

Segundo o PNUD, uma ação orquestrada para reduzir as emissões globais e colocar o mundo no caminho certo para limitar o aquecimento abaixo dos 2°C fará com que 70.000 km2 dessas terras em risco permaneçam acima do nível do mar. Ainda assim, 90.000 km2 – cerca de 80 vezes o território da cidade do Rio de Janeiro – seriam inundados.

Na música, Chico Buarque diz “que nada é pra já”. O que não vale para a atual crise climática e seus extremos efeitos sobre o planeta.

ClimaInfo, 29 de novembro de 2023.

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