Governo abandona grandes barragens e prioriza construção de pequenas hidrelétricas

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Governo abandona grandes barragens e prioriza construção de pequenas hidrelétricas

O 1º leilão de energia de 2025 será voltado exclusivamente à contratação de centenas de pequenas usinas hidrelétricas, uma guinada em relação a outros anos.

As grandes usinas hidrelétricas deram lugar às pequenas no primeiro leilão de energia elétrica de 2025. Até o começo de fevereiro, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) receberá propostas de empresas interessadas em participar do leilão A-5, programado para julho, que será exclusivamente voltado para a contratação de energia gerada por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Segundo a Folha, a complexidade do licenciamento ambiental é um dos fatores que justificam essa mudança na estratégia do governo federal para os leilões de energia. O desgaste sofrido nos últimos 15 anos, em especial com as hidrelétricas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, também explica a opção recente por PCHs.

A licitação será limitada a projetos com capacidade máxima de 50 MW, potência suficiente para atender até 107 mil famílias. Hoje, há mais de 1,1 mil PCHs em operação no Brasil, com potência total de 6.726 MW de energia – um pouco mais da metade da potência de Belo Monte (11.233 MW).

A dispensa da construção de reservatórios de água é uma das vantagens das PCHs. No entanto, ambientalistas apontam que essas usinas causam impacto cumulativo nos rios, por serem construídas em série. Um efeito potencial é a alteração do regime natural de águas, já que o rio é transformado em uma sucessão de represas.

Além da questão técnica, a opção pelas PCHs também atende a um dos “jabutis” impostos pelo Congresso Nacional na lei de privatização da Eletrobras. O governo está obrigado a contratar ao menos 2 GW de geração de PCHs até 2026. O próprio ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) reconheceu essa exigência.

Em tempo: A construção de usinas hidrelétricas no rio Uatumã, um dos afluentes da margem esquerda do rio Amazonas, acarretou no desaparecimento de algumas espécies de peixes. Essa é a conclusão de um novo estudo conduzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) com as Universidades do Estado do Amazonas (UEA) e Federal do Pará (UFPA) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). A análise observou os efeitos da construção das usinas de Balbina e Pitanga, no começo dos anos 1990, sobre sete espécies nativas de peixe ameaçadas de extinção. Segundo a pesquisa, não há mais registro delas depois da construção das barragens. Amazonas Atual e g1 deram mais detalhes.

 

ClimaInfo, 17 de janeiro de 2025.

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