Os médicos otorrinolaringologistas William Mattos e Hugo Rodrigues contaram, em entrevista ao g1, as recomendações necessárias para prevenção dessas doenças.
Segundo William, quando uma pessoa inala a fumaça, as toxinas entram pelas vias aéreas e causam inflamações no corpo.
“O tempo seco e quente, a fumaça com seus resíduos e também os gases atuam como tóxicos nas vias aéreas. Desde o nariz, à garganta e até os pulmões, causando inflamação e aumentando as chances de doenças respiratórias. Essas doenças são a asma, rinite, sinusite, viroses respiratórias e infecções de garganta. As queixas são geralmente de nariz entupido, secreção nasal, tosse, dor de garganta, espirros, falta de ar, entre outros”, contou.
Fumaça cobriu quadras do Plano Diretor Sul em Palmas — Foto: Dronepmwfilmes/Divulgação
A inalação da fumaça nem sempre pode ser evitada, principalmente quando a área queimada acaba gerando uma grande quantidade de fumaça. Nesses casos o ideal é que a pessoa fique em um ambiente onde o ar seja filtrado, como explica Hugo.
“A recomendação é que o paciente não fique próximo do foco do incêndio, onde tem o maior volume de fumaça, né? Mas se a cidade estiver coberta de fumaça, a gente sempre recomenda que ele fique no lugar onde o ar que ele está respirando seja filtrado. O ar condicionado tem um filtro que ajuda nisso aí. Porém, nós sabemos que o ideal é que houvesse uma renovação de ar natural e que a cidade ou o local onde ele está não estivesse com tanta fumaça, né? E isso vai fazer com que ele tenha uma piora do quadro respiratório”, disse.
Com esse cenário, os principais afetados são as crianças e idosos. Por isso o cuidado deve ser redobrado.
“Nós observamos um maior número de crises e de quadros mais graves, então a gente se preocupa muito com as crianças e com os idosos e aí a gente recomenda que os pais e os cuidadores desses idosos, os pais das crianças e os idosos, e a qualquer piora do quadro respiratório, procure ajuda médica”, explicou Hugo.
Hidratação e boa alimentação são essenciais para evitar doenças nesse período mais seco. O otorrino também recomenda o uso de umidificadores de ar.
“Nós sempre pedimos nessa época do ano, de seca, que o paciente se hidrate bastante, coma muitas frutas, que também é fonte de água, e usar um umidificador de ar. Aquela pessoa que não tem umidificador de ar, a gente sempre pede para colocar bacias/baldes de água no quarto para ajudar na umidade”, explicou.
Queimadas no Tocantins
Brigadistas combatem incêndio na Serra do Lajeado — Foto: Naturatins/Governo do Tocantins
Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1º de janeiro a 7 de agosto deste ano foram registrados 5.889 focos de queimadas. Número maior se comparado ao mesmo período em 2023, que foram contabilizados 4.312 focos. Segundo o instituto, somente na primeira semana de agosto foram registrados 356 focos.
No último final de semana, os bombeiros concluíram trabalhos de combate a incêndios florestais na região da Área de Proteção Ambiental (APA) na Serra do Lajeado. A operação iniciou no dia 2 de agosto, através de monitoramento feito por imagem de satélite.
Nesta sexta-feira (9), o Tocantins tem alerta de baixa umidade emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O alerta amarelo significa perigo potencial.