Evento extremo é exemplo preocupante da transformação que a crise climática está causando no clima polar.
As temperaturas do solo em vastas áreas das camadas de gelo da Antártica aumentaram, em média, 10°C acima do normal no último mês, em um fenômeno descrito como uma onda de calor quase recorde. Embora as temperaturas permaneçam abaixo de zero no continente, que está envolto em escuridão nesta época do ano, no auge do inverno do Hemisfério Sul, há relatos de que as temperaturas atingiram 28°C acima das expectativas em alguns dias.
A onda de calor histórica pode persistir por mais 10 dias e é um exemplo preocupante dos picos de temperatura que o clima polar poderá experimentar com mais frequência por causa das mudanças climáticas, destaca o Washington Post, em matéria traduzida pelo Estadão. A grande amplitude da onda de calor também é notável, já que cobre grande parte da AntártiCa Oriental, que compõe a maior parte do continente.
Partes da Antártica Oriental, que normalmente ficam entre -50°C e -60°C, agora estão mais próximas de -25°C -30°C, mostram os dados mais recentes. Temperaturas semelhantes às de verão no auge do inverno são algo alarmante neste lugar gelado, mais capaz do que qualquer outro de gerar um aumento catastrófico do nível do mar, ressalta a CNN, enquanto explica que a queima contínua de combustíveis fósseis segue elevando as temperaturas globais.
Os modelos dos cientistas climáticos previram há muito tempo que os efeitos mais significativos das mudanças climáticas ocorreriam nas regiões polares, “e este é um grande exemplo disso”, disse ao Guardian Michael Dukes, diretor de previsão da MetDesk. “Normalmente, não se pode olhar apenas para um mês para identificar uma tendência climática, mas isso está alinhado com o que os modelos preveem. Na Antártica, esse tipo de aquecimento durante o inverno e continuando nos meses de verão pode levar ao colapso das camadas de gelo.”
Environmental Health News, Daily Climate e Ecowatch também repercutiram a nova onda de calor na Antártica em pleno inverno no Hemisfério Sul.
ClimaInfo, 5 de agosto de 2024.
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