Advogada que morreu na UTI com sinais de espancamento dizia ter sido atacada por cachorro; filho é principal suspeito

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Advogada que morreu na UTI com sinais de espancamento dizia ter sido atacada por cachorro; filho é principal suspeito

A advogada já tinha sido agredida em outras ocasições e teria relatado que os ferimentos eram causados por ataque de um cão. Após a internação, a Polícia Civil de Paraíso abriu inquérito e indiciou Guilherme por lesão corporal de natureza grave, perigo de integridade física de pessoa idosa e constrangimento ilegal. A investigação tinha sido concluída antes da morte.

“Ficou apurado que a vítima apresentava sinais externos compatíveis com violência doméstica, não era compatível com ataque de um cão. Os outros elementos de prova que foram coletados na investigação demonstraram que o autor, o agressor, seria o próprio filho da vítima”, disse o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.

Lourdes se dedicava ao exercício do direito e atuava na subseção da OAB de Paraíso do Tocantins. A advogada defendia principalmente questões relacionadas à previdência.

As últimas imagens dela com vida, foram gravadas em 12 de janeiro, dentro do hospital. Lourdes disse que havia sido ferida por um cachorro, mas funcionários do hospital suspeitaram de violência doméstica e chamaram a polícia.

Lourdes deu entrada no hospital dia 12 de janeiro — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera

A TV Anhanguera teve acesso à certidão de óbito da advogada. No campo “causas da morte”, aparece a seguinte informação: “óbito a esclarecer”. O nome do filho da mulher consta do documento no campo que se refere à pessoa que foi ao cartório e comunicou a morte. Em outro trecho, há a informação de que ela deixou bens e não fez testamento.

Lourdes foi enterrada nesta segunda-feira, no cemitério municipal Jardim da Paz, em Palmas. Guilherme Otaviani cuidou do enterro da mãe, mesmo tendo sido indiciado pela Polícia Civil como suspeito das agressões que provocaran a morte dela.

Guilherme é suspeito de espancar a mãe, Lourdes Otaviani, que morreu no hospital — Foto: Arte/g1

O presidente da OAB, subseção Paraíso, Whillam Maciel, afirma que a instituição acompanha de perto os desdobramentos do caso. “Nós amanhecemos com a reunião com a magistrada para saber o andamento desse processo, das decisões. Nós nos reunimos com o Ministério Público, também para saber sobre o andamento dessa questão toda, como estão as denúncias”, finaliza.

A TV Anhanguera e o g1 ainda tentam contato com o suspeito e sua defesa.

Entenda o caso

A advogada já tinha sido agredida em outras ocasições e teria relatado que os ferimentos eram causados por ataque de cachorro. Após a internação, a Polícia Civil de Paraíso abriu inquérito e indiciou Guilherme por lesão corporal de natureza grave, perigo de integridade física de pessoa idosa e constrangimento ilegal. A investigação tinha sido concluída antes da morte.

“Ficou apurado que a vítima apresentava sinais externos compatíveis com violência doméstica, não era compatível com ataque de um cão. Os outros elementos de prova que foram coletados na investigação demonstraram que o autor, o agressor, seria o próprio filho da vítima”, disse o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.

Guilherme também respondia a uma ação penal por suspeita de crimes semelhantes, contra a avó, que também morreu. “Esse indivíduo responde a uma ação penal que ainda está em tramitação por um fato muito semelhante, naquela ocasião a vítima foi a sua avó. A gente apurou que a avó foi encaminhada para o hospital também, ficou internada e alguns dias depois veio a falecer”, contou o delegado.

A polícia e o Ministério Público pediram a prisão do suspeito ainda durante a investigação, mas o pedido foi negado pela juíza Renata do Nascimento, da vara criminal de Paraíso.

A TV Anhanguera teve a cesso à decisão, do dia 3 de fevereiro, onde a juíza alegou falta de fundamentos e optou por medidas cautelares como a proibição do filho de se aproximar da mãe, que já estava internada no Hospital Geral de Palmas desde o dia 12 de janeiro.

O quadro de saúde da idosa se agravou e ela morreu no fim de semana.

O caso é acompanhado pela Ordem dos Advogados (OAB). “Isso nos causa uma profunda dor. Foi retirada uma colega queridíssima nossa e estamos todos constrangidos com isso”, disse o advogado Whillian Maciel.

O Ministério Público informou que o inquérito, concluído em fevereiro, chegou na promotoria no fim desta segunda-feira (26), e agora o promotor responsável vai analisar o caso para oferecer denúncia.

O Tribunal de Justiça informou que não vai comentar o caso.

Socorrida pela vizinha

Advogada Lourdes Otaviani morre aos 71 anos. — Foto: Divulgação/ OAB

A Polícia Militar tomou conhecimento do caso no dia 12 de janeiro, quando foi chamada para atender uma ocorrência de violência doméstica.

Uma equipe foi ao hospital em que a advogada estava internada, mas na ocasião ela mal conseguia se comunicar por conta da gravidade dos ferimentos.

A acompanhante de Lourdes disse aos policiais que a idosa foi até sua casa naquele mesmo dia pela manhã com machucados pelo corpo e em seguida o filho de Lourdes veio atrás da mãe, bastante alterado.

Por conta do estado emocional do filho, a mulher que prestou auxílio a Lourdes, pediu ajuda aos militares do Corpo de Bombeiros para levar a idosa para o hospital. Diante dessas informações, a polícia orientou que fosse feito um boletim de ocorrência para averiguar a situação de violência na Delegacia de Polícia Civil.

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