Apesar de quase não haver nuvens sobre o país, fumaça dos incêndios de norte a sul esconde o céu azul e deixa o sol vermelho.
O fogo nas florestas queima todo mundo. As chamas devastam a fauna e a flora e deslocam comunidades localmente. A fumaça desses incêndios, por sua vez, viaja e chega aos pulmões de quem está bem longe, a milhares de quilômetros. O que acontece agora no Brasil e em outros países da América do Sul é um grande exemplo disso.
Nesta segunda (9) o Brasil tinha quase 5 milhões de km2 cobertos por fumaça, segundo o INPE. É uma área equivalente a 60% do território nacional. Essa fuligem deve chegar nos próximos dias a todo o território do Uruguai e à região central da Argentina, incluindo suas capitais, Montevidéu e Buenos Aires, respectivamente, informam Poder 360, g1 e O Globo.
A fumaça torna o ar quase irrespirável em muitas regiões, como em São Paulo. Na 2ª feira (9/9), a qualidade do ar em áreas da cidade e de sua região metropolitana iniciou a manhã entre ruim e muito ruim. Por volta das 10h, São Paulo liderava o ranking das metrópoles com a pior qualidade de ar, de acordo com o site suíço IQAir, informam Folha e CNN. O MetSul ressaltou que o ranking dessa empresa suíça monitora apenas grandes cidades e não o planeta todo. Ainda assim, a informação é preocupante – ainda mais pelo fato de ser recorrente: no domingo, São Paulo (SP) já figurava entre as três cidades com maiores níveis de poluição no ranking do IQAir, junto com Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC), relata O Globo.
Toda essa fumaça resulta do recorde de queimadas no país, principalmente na Amazônia, que registra o maior número de focos de incêndio em 19 anos, explica a Carta Capital. Segundo especialistas, um corredor de fumaça originado no sul da Amazônia acompanha uma corrente de ar de baixo nível que chega à região sul do país. Essa corrente de vento leva a fuligem para áreas que ainda não foram afetadas, como os países do extremo sul do continente.
Também há focos no interior de São Paulo, no Cerrado de Goiás, e na área de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que abrange o Pantanal. Sem falar em queimadas registradas em outros estados, como Minas Gerais. Resultado: apesar de quase não haver nuvens sobre o Brasil, as pessoas não estão conseguindo ver o céu azul em muitos estados. A fumaça dos incêndios também deixa o sol assustadoramente vermelho, embora forme uma bela imagem, ressalta o Climatempo.
Enquanto luta para apagar os incêndios de norte a sul do país, o governo busca encontrar os culpados pela tragédia, já que grande parte das queimadas se dá por ação humana. Segundo o Valor, até agora, a Polícia Federal (PF) abriu 52 inquéritos para apurar o cometimento de crimes ambientais e a participação de organizações criminosas nos episódios e práticas de lavagem de dinheiro.
Em tempo 1: Um incêndio na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, que começou na 5ª feira (5/9), destruiu cerca de 10 mil hectares do Parque Nacional até ontem. Dois aviões do ICMBio foram enviados para auxiliar no combate ao fogo, e 52 brigadistas atuavam na área para tentar apagar os incêndios, informa a Folha.
Em tempo 2: Terminou ontem o prazo para o governo federal responder à determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, e mobilizar “todo o contingente tecnicamente cabível” para combater incêndios na Amazônia e no Pantanal. A medida vale para Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e órgãos de fiscalização ambiental, explica O Globo.
Em tempo 3: Brigadistas do IBAMA estão na Bolívia para combater incêndios que ameaçam a Serra do Amolar, santuário da biodiversidade no Pantanal. As equipes entraram no território do país vizinho no domingo (8/9), informa o g1.
__________
ClimaInfo, 10 de setembro de 2024.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.