Conforme o decreto de Talismã, assinado pelo prefeito Diogo Borges de Araújo Costa (DEM), as equipes da cidade identificaram que 95% das áreas plantadas e 45% das áreas de pastagens foram prejudicadas pela seca. Além disso, aproximadamente 750 pessoas, entre proprietários, arrendatários, operadores, diaristas, vaqueiros e caseiros, estão entre os prejudicados.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Talismã João Carlos Lopes, os rios, córregos e represas da região estão com níveis extremamente baixos. Em certos locais que ainda possui água, os animais não bebem porque estar com lodo.
“Tem reservatório totalmente seco, tem rios totalmente seco, temos um córrego totalmente seco. O rio Canabrava, que é uma referência para nós, em algum lugar ele está totalmente seco. Então não serve para alimentação de nada. Alguns animais selvagens ainda bebem dessa água. Mas para uso pecuário e agrícola ele já não serve”, afirmou o coordenador.
Durante o período que o decreto estiver em vigor, a prefeitura está autorizada a convocar voluntários para reforçar as ações e realizar campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade para ajudar os afetados e realizar a desapropriação, por utilidade pública, de propriedades particulares que estejam em áreas de risco e outras determinações.
O decreto tem validade de 180 dias, contados a partir desta terça-feira (26).
Gurupi
Gurupi também enfrenta a seca prolongada e de acordo com o diretor de Meio Ambiente de Gurupi Diego Rocha, toda a região está sendo monitorada.
De acordo com o diretor, as equipes observam que as áreas agrícolas e de pastagem estão mais sensíveis para atravessar períodos de intensa seca. Também citou que a ação do homem, com o desmatamento, também contribui para que a seca seja sentida de forma mais intensa.
Diretor de meio ambiente em Gurupi fala sobre a seca na região sul
“A gente observa muitas vezes produtores rurais devastando áreas de APP [Área de Preservação Permanente], devastando nascentes para ampliar as áreas de cultivo. Então vai aí uma observação maior dos órgãos ambientais, porque quanto menos nascentes, quanto menos área de preservação permanente nós tivermos, menos água chega para os mananciais para os córregos, em consequência, para os rios”, disse, em entrevista à TV Anhanguera.
Diego explicou também que a redução de chuvas pode se estender até julho de 2024, segundo estimativas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e órgãos internacionais. O município faz monitoramentos para ver a situação na zona rural.
“Aqui em Gurupi estamos fazendo monitoramento de safras através de aerolevantamento e a gente já observa muitas falhas e muitos produtores já na segunda planta nessa época. Ela já sinal que a lavou está sofrendo um estresse hídrico e ele [produtor] aproveita a temporada para realizar o plantio, uma complementação das áreas que houve a perda da lavoura. Contudo o prognóstico não é favorável”, comentou.
Uma das soluções para amenizar a situação, que está sendo usada é a abertura de represas para a coleta de água. “São abertas cacimbas em locais onde a água tem tendência de correr para o solo e ali propicia que faça o reabastecimento do lençol freático”, explicou, afirmando que a medida poderá a população a retirar a água até de poços artesianos para fornecer aos animais.
Para o gestor, a esperança aos produtores e criadores que é janeiro seja melhor com relação aos níveis pluviais. “A gente espera que o mês mais chuvoso, que é janeiro, consiga remediar um pouco a situação para garantir a questão da safra. Muitas vezes, chuvas demais atrapalha a planta, mas também chuva de menos é prejudicial”, garantiu.