Novo cálculo mostra que a absorção chegaria a 15 bilhões de toneladas anuais, um quinto a mais do que o calculado pelo IPCC em 2021.
Por meio do fitoplâncton, o oceano absorve 20% a mais de carbono do que o estimado até agora. É o que aponta um estudo publicado na Nature. O novo cálculo aponta para 15 bilhões de toneladas anuais, ou seja, um quinto a mais do que o calculado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) em 2021.
“É um cálculo importante e reforça o papel da biologia dos oceanos na absorção de carbono no longo prazo”, disse Frédéric Le Moigne, oceanógrafo e biólogo marinho no Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS, sigla em francês). Le Moigne é coautor do estudo, realizado em parceria com pesquisadores chineses e americanos, informa a Folha.
O fitoplâncton transforma o CO2 em tecido orgânico por fotossíntese. Ao morrer, parte desse fitoplâncton flui da superfície do oceano como uma “neve marinha”.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores estudaram dados coletados por navios oceanográficos em todo o mundo desde a década de 1970. Com esses dados, criaram um mapa digital que mostra como a matéria orgânica se move pelos oceanos, explica o Global Seafood Aliance.
Os cientistas enfatizam que esse processo de absorção ocorre ao longo de dezenas de milhares de anos e, portanto, não é suficiente para compensar o aumento exponencial de CO2 causado pela atividade industrial mundial desde 1750. Contudo, o estudo destaca a importância do ecossistema oceânico como um ator importante na regulação a longo prazo do clima global, detalha o Phys.
ClimaInfo, 18 de dezembro de 2023.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.