Biomas registram recordes inversos em novembro: enquanto devastação na Amazônia foi a menor para o mês desde 2015, no Cerrado foi a pior desde 2018.
O desmatamento registrado na Amazônia em novembro pelo sistema DETER, do INPE, somou 201,1 km², uma queda de 64% frente aos 554,66 km² registrados em igual mês de 2022. Além disso, foi o menor número da série histórica do DETER, iniciada em 2015.
Por outro lado, a devastação no Cerrado continua extremamente preocupante. Na comparação entre novembro de 2022 e igual mês deste ano, o desmate no bioma subiu 238%, passando de 168,8 km² para 571,6 km², informa a Folha. Foi o pior novembro desde que o INPE começou a monitorar o bioma, em 2018.
A queda no desmatamento amazônico foi o cartão de visitas do presidente Lula na COP28, que reiterou o compromisso do Brasil de zerar o desmatamento do bioma até 2030. O Deter mostra que, no acumulado de janeiro a novembro deste ano, a devastação caiu 50,5% sobre igual período de 2022, totalizando 4.977 km² – o menor índice desde 2018, destaca o Brasil 247.
Quase metade (48%) do desmatamento da Floresta Amazônica em novembro aconteceu no Pará, que registrou perda de 96,5 km² de vegetação. Na sequência vêm Mato Grosso, com 29,7 km², e o Maranhão, com 23,1 km².
Já no Cerrado, a maior devastação (55%) ocorreu na região do MATOPIBA – que reúne áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, com 315,7 km². Por estado, o Tocantins liderou o desmate, com 115,7 km² de vegetação perdidos, seguido de Maranhão, com 113,8 km², e Minas Gerais, com 89,2 km².
No final de novembro, o governo lançou o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado). A nova versão recupera as bases do antigo plano, abandonado em 2019 na gestão do ex-presidente inominável, e propõe zerar o desmatamento do bioma até 2030, tarefa que os números mostram ser urgente.
“As ações do governo conseguiram reduzir de maneira fundamental o desmatamento na Amazônia, ainda que haja muitos desafios”, disse Ana Carolina Crisostomo, especialista em conservação do WWF-Brasil. “Porém, neste momento é fundamental priorizar as ações no Cerrado, já que sua destruição coloca em risco a segurança hídrica e a produção agrícola”, acrescentou.
O Globo, g1, DW, Terra, Metrópoles e Investing.com repercutiram os novos números do desmate na Amazônia e no Cerrado.
Em tempo: A Operação Piúva, uma das maiores já realizadas pelo IBAMA no Pantanal, identificou desmatamento ilegal em mais de 4 mil hectares do bioma. Os fiscais aplicaram multas que totalizam R$ 34 milhões e apreenderam 15 tratores que eram usados para desmatar vegetação nativa. Os alvos da operação foram escolhidos com base em alertas de desmatamento e imagens de satélite analisadas na sede do IBAMA em Brasília. Foi o primeiro teste de uma nova ferramenta de detecção de desmatamento em tempo real no Pantanal que está sendo desenvolvida em parceria com o INPE e que vai ajudar a intensificar a fiscalização na região, destaca o Jornal Nacional.
ClimaInfo, 11 de dezembro de 2023.
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